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  • Foto do escritorCarolina Fernandes

Mude a forma de mudar a sua organização





Resistência, desengajamento, frustração e descrença. Promover mudanças é um grande desafio dentro das organizações. Sabemos como é difícil mudar pequenos hábitos em nós mesmos, quanto mais em um conjunto de pessoas, cada qual com sua história, caraterísticas, motivações e expectativas.

Não existe bala de prata, mas existe um novo olhar que pode mudar completamente o desempenho da mudança dentro das organizações. E é sobre ele que vou falar neste artigo.

A mudança é constante


Acompanhando empresas de diferentes tamanhos e setores, vejo que lideranças e pessoas colaboradoras percebem, aos poucos, que o que sabiam até agora não é o suficiente para lidar com os desafios atuais e futuros.

E elas estão certas. A pesquisa Transformação Digital da Dell Technologies de 2020 mostra que 87.5% das empresas no Brasil realizaram alguma transformação digital neste período. Além da aceleração tecnológica, as crises econômicas e sanitárias contribuíram para a construção deste cenário caótico que estamos vivendo.

Não dá para negar que precisamos mudar a forma com que vivemos, trabalhamos e consumimos. Mas a mudança dói. Nosso cérebro foi feito para a constância, para evitar o perigo. Qualquer ameaça e já somos tomados por uma carga de adrenalina, cortisol e analgésicos naturais que tiram a nossa consciência.

O medo, a raiva, a confusão, tomam conta do nosso corpo e, ao menos que estejamos conscientes desse processo e abertos a mudar esse quadro, continuaremos nessa briga com a realidade, tornando a vida mais difícil para nós e para quem nos rodeia.

Controlando o incontrolável


Dentro da maioria das organizações, a forma com que a mudança é feita só reforça essa situação. Não é pra menos que elas são sinônimos de fracasso. A Pesquisa da Gartner “Changing change manegement” de 2019, apenas 1/3 das iniciativas de mudança têm sucesso. 66% dos CHROs estão insatisfeitos com a velocidade de implementação da mudança.

Acontece que ou ela é tratada de forma simplista (sem nenhuma estrutura) ou ela é implementada de forma demasiadamente pragmática e controlada, através de programas que têm início, meio e fim. Quando uma programa está no meio, já é hora de começar outro, pois obviamente as mudanças não esperam sua vez em uma fila.

As decisões do que mudar e como mudar vêm da liderança. Os colaboradores resistem, já que não compreendem a necessidade de mudança. Os resultados demoram para aparecer e os sponsors desengajam.

Na sequência, ainda nos deparamos com a dificuldade de escalar as mudanças, por conta dos padrões impostos pelos programas a diferentes perfis e áreas.

Ou seja, gestão de Mudança já virou motivo de piada.

Um novo olhar para a mudança


As organizações não precisam de mais um programa de gestão de mudanças inovador, e sim, desenvolver a habilidade de se adaptar constantemente em todo o seu time

A pesquisa Índices de Disrupção da Accenture 2012, mostra que as organizações que fazem reinvenção total da empresa (juntam inovação tecnológica com novas formas de trabalhar em todas as áreas) têm 10% mais de crescimento incremental de receita, 13% a mais de redução de custos e 1,3 vezes mais valor financeiro nos primeiros seis meses.

O primeiro passo é fazer com que a pessoas vejam que se relacionar com a incerteza pode ser uma oportunidade de viver e trabalhar melhor. Pegar as rédeas da mudança vai exigir mais autoconsciência e mentalidade de liderança.

O segundo movimento é a capacitação da organização para gerir a complexidade. Além de metodologias ágeis e ferramentas para gerir mudanças constantes, a organização vai precisa dar mais autonomia para os times nas tomadas de decisão, e ter modelos operacionais mais flexíveis. Mapear as redes de influência para escalonar as práticas que dão certo é outra mudança importante para evitar a ineficácia do escalonamento através da hierarquia formal.

Qualquer empresa, por mais rígida que seja, pode ser um território de inovação e resiliência para lidar melhor com os desafios atuais e futuros. Mas para isso é preciso aceitar que a mudança é constante e querer enfrentá-la, ou seja, amadurecer.


Fontes:

Gartner “Changing change manegement", 2019
Accenture Global Disruption Index, 2022
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